Querido pai,

Sabe... Ainda estou extremamente magoada com a situação que rolou na viagem de Paraty. E eu não queria aceitar, mas, eu me senti deslocada, me senti fora do meu ambiente. E isso me entristeceu. Talvez realmente sempre tivesse sido assim, e a ingenuidade da idade me fez acreditar que tudo era perfeito. Ou talvez seja apenas o trajeto da vida, o seguimento. O pertencimento e os rompimentos. Essa viagem e consecutivamente a minha decisão por não passar o ano novo juntos me mostrou muita coisa. Me mostrou que quanto mais eu me apego à Thainá, mais eu sinto que a minha vida é com ela mesmo, e que ela me basta. E que estar com ela me satisfaz, e por isso, eu não insisto em estar em outros lugares. E também me mostrou a questão do pertencimento. Coisa que desde pequena sempre tive que aprender a lidar, seja na escola, com os amigos, na faculdade. E talvez na família. Mas é família?! Desde sempre eu fui agregada. Mas eu nunca me senti tão agregada como dessa vez. Me senti realmente a reba, o final, um ninguém, uma qualquer. E me dá raiva de lembrar todos os esforços para acabar com aquele tipo de situação. Que eu não precisava ter passado. Nem eu, nem a Thainá, nem ninguém. É normal, as pessoas crescem, vão criando vínculos novos, novos relacionamentos - tá aí Pedro e Clara -, e isso vai formando novas famílias, e tá tudo bem. Mas engraçado que ao invés de trazer aquele sentimento de "poxa, quanto tempo, vamos nos ver", só me traz "não quero ver nunca mais" - e vou me esforçar pra isso.
Quero estar cada vez mais próxima dos meus pais, da minha família. Mas de fato, a família na qual você escolheu não é boa nem pra você, nem pra mim. E coitado de você, covarde, que não consegue entender que além de vontade, precisa ter determinação, e coragem. Bater no peito e enfrentar.
Eu, estou criando minha família. E quero sempre estar perto. Mas perto o suficiente para me fazer bem. E a partir do momento em que eu me incomodo, eu não volto mais.
Ainda me dói, e eu rememoro cada palavra. Além de cada desconforto vivido. E sinto pena. Pena de vocês, que se esforçam tanto pelos outros... Ah que pena!
Mas tudo bem, ainda há esperança. Eu ainda quero estar (contigo). E como diz a própria mãe, há mulheres que vivem para os filhos e outras, para os maridos, a sua, vive pra você. Que sorte a sua - ou não.
Enfim... Espero que mais pra frente possamos conversar mais sobre isso. Espero que eu me sinta menos mal sobre as questões sociais em que estamos inseridos, e nas quais eu fui desrespeitada. Eu não sei bem, mas acredito que eu merecia um pedido de desculpas.

E por enquanto, eu só sinto raiva.

E cá estou eu,

*diálogo interno* 

...Sentindo o salgado das lágrimas que escorrem pelas minhas bochechas inchadas e inflamadas por toda disfunção hormonal que venho sentindo. Cá estou eu, preocupada com meu discernimento e sozinha finalmente entendendo o quão doente estou. Doente de você. Mais uma vez consigo me ver de frente comigo mesma debatendo o mesmo assunto e incessantemente questionando como fui capaz de me deixar cair nesse abismo novamente.

Como fui capaz de voltar se não estava eu pronta, inteiramente pronta para ficar sem você de novo. Seja numa viagem, ou numa ida para sempre. Eu não estou pronta. E quando é que eu vou ficar? Olha bem como isso veio me interrogar. A cada olhada no relógio em busca de um sinal, de um barulho tecnológico que te mostre que ela ainda está aqui, mas ela não está, e tudo bem. VOCÊ ESTÁ.

*inicio de narração - "diálogo"*

Preocupada consigo hoje me enxergar com todos meus surtos descontrolados e assim então, entendo-os como eram simples reflexos do meu incessável medo de ficar só. E como consegui debruçar sob você todas as minhas dores que você, coitada, nem ao menos sabia que estava recebendo.

Então hoje, eu lhe peço desculpas. Peço desculpas por tudo o que venho sendo, e por todo o reflexo de uma cabeça e um coração doente estão te mostrando. Sei bem, que tu também estás doente, mas olhe bem para mim, cá estou eu, sem saber viver sozinha sem a sua presença aqui. Logo eu! Logo eu! Logo eu, que imaginei que agora seria a hora de colocar em prova tudo aquilo que eu fiz por mim; que lutei, e que quis e empurrei goela abaixo. Fiz engolirem a seco e fiquei pianinho quando me disseram que "Discordo, mas respeito".

Meu coração aperta a cada segundo em que penso na possibilidade de estar realmente encarando o meu verdadeiro eu, e eu tenho que lhe assumir, eu não estava preparada. Mas talvez com a sua presença aqui, com a minha morfina diária que é o seu sorriso e sua pele na minha, com a minha dose de analgésicos que é a sua mão na minha, ou o seu falar que me acalma, eu não conseguiria. Porque você é minha fuga.

Encontro-me diante desse computador, nessa casa tão silenciosa e vazia, sem o seu barulho, ou sua quietes que me acalma, pois sei que você está ali! E que não importa aonde eu vá, você estará logo aqui... Logo ali... E que sempre vou voltar pra casa, e te receber aos beijos, e você me perguntar "como foi lá?", mesmo sabendo que nada de novo acontecera.

Pode parecer drama, mas olhe bem, agora eu me encontro aqui, sozinha e doente. Doente de você. Doente (sem) você.

Pro dia que der...

Fiquei sabendo que às vezes você passa por aqui.
E aí pensei na possibilidade de um dia, como quem não quer nada, você vir aqui e ler todas essa palavras. E tcharam, mudar seu dia, seu humor, ou seja lá o que, porque sabe... É isso que eu busco todos os dias. Sei que eu não sou perfeita, na real, sou cheia dos defeitos, e que todos os dias eu reclamo de algo novo, e que não há um dia sequer que eu esteja com o humor 100% bom o dia todo, mas, você é o meu momento de paz. É meu bom humor nos dias cinzas, é meu abraço quentinho nos dias frios, é meu colo nos dias de lágrima, e eu quero ser o teu. Quero ser teus ouvidos quando precisar falar, sua boca quando não conseguir se expressar, tuas mãos para te auxiliar... Quero ser teu abraço quando você precisar. Quero que cada parte minha, incansavelmente e sucessivamente sejam tuas. Da tua maneira. Do jeito que tu precisar
Tem dias que eu acordo sem muita vontade, sem querer estar, ser, ou existir. Mas, é olhar pro lado e dar de encontro a obra de arte que é a junção de cada partezinha do seu rosto que fazem meus pulmões se encherem de ar rapidamente, levando oxigênio para o meu cérebro e lá, transmitindo a mensagem de que: "tá tudo bem, você encontrou o amor da sua vida". E que amor... Aventureiro, traiçoeiro, e por vezes encantador que nos agarrou de tal maneira que nada pode nos parar. Há momentos na vida, que percebemos que pequenas partes da nossa rotina, do nosso dia-a-dia, fazem parte desse alguém, e aí que vemos que amamos de verdade. É o meu acordar e fazer café, porque sei que sem café, sua cabeça dói. É o seu ato instintivo de me dar água toda vez que me vê chorar. É as nossas mãos estarem sempre entrelaçadas. E a nosso lembrete diário uma para a outra de: NÃO ESQUECE A ALIANÇA.
É você. Sempre foi você. E, que bom que é você.
Obrigada por todo seu carinho, amor & dedicação a nós. Esse amor só cresce, e só aprendemos cada dia mais a sermos melhores. Para nós, e por nós.

Sendo assim, feliz sábado dia 02 de Janeiro de 2021.

Eu amo você em todas as línguas.

Quarentena

Eu passei grande parte da minha vida achando que eu tinha um grande amor próprio! Sempre fui alvo de alusões dos meus amigos de dizerem "ah tinha que ser a leonina" em qualquer situação que eu falava sobre mim. De fato, sempre me olhei no espelho e me vi uma pessoa bonita, atraente, e legal. Sempre me vi rodeada de amigos, por isso talvez que sempre falei muito bem de mim mesma. Mas, uma coisa que as pessoas não sabem é que amor próprio é algo muito mais profundo. Não é simplesmente aceitar seu corpo, ter um dia de skincare ou hidratar o cabelo. É se amar a ponto de se colocar em primeiro lugar, mas sempre sabendo respeitar o sentimento das outras pessoas. É saber respeitar o seu próprio espaço e cuidar da sua saúde mental a cada atitude que se toma. E se amar, anda junto com as emoções, e ser independente emocional, significa amar-se a si mesmo e não depender de nenhum sentimento alheio para que supra suas emoções.
Amor próprio é se ver tranquila sozinha, é fazer coisas para si, é não precisar ter o controle de tudo. É entender que o que não depende única e exclusivamente de você, não há como ser controlado. É não esperar dos outros, é saber entender cada espaço e cada ambiente. É ouvir, respirar e não anteceder dores e sentimentos. A quarentena vem me mostrando muitos monstrinhos que estiveram sempre comigo. Daqueles que eu nunca notei, e que por vezes foram normalizados pelos meus conhecidos. E hoje, me encontrando em um relacionamento, em uma vida tão cheia de falta de rotina, e controle. Estou começando a me ver completamente perdida e com a necessidade de uma mudança imensa. Preciso passar a me amar mais! Deixar de ser tão insegura, deixar de por medo, afastar as pessoas, e fazer com que elas não queiram ficar por perto. Esse é o momento de rever os sentimentos. Rever as atitudes. É o momento de encarar os monstros.

The fuckin pain of missing u!!!!

Oi. Não quero te assustar chegando assim tão de repente, só tava pensando e queria dizer que senti saudades. E que talvez esse também nem seja o melhor momento pra dizer que, venho pensando em você, em nós. Chega embrulhar o estômago, e me dar falta de ar, mas é algo inevitável de pensar. Às vezes penso que vou ficar bem, e que tudo vai passar, e aí me deparo com a dor de viver sem você. E é a droga da saudade que me faz pensar assim, em todos os dias que fui rude, e que deixei a minha instabilidade emocional falar mais alto que a sua calmaria. Ou que me deixou de reparar que eu estava com a mulher mais linda do meu lado, e que eu deveria ter te falado isso mais vezes. E como o seu sorriso de canto era a melhor coisa que eu podia ver nos meus dias tristes, ou sei lá, a sua risada. Eu sinto muito, sinto muito mesmo, sinto muito por ter me deixado levar, e por ter errado tanto, porquê eu errei. E eu não tenho nem palavras pra descrever o que eu sinto nesse momento, só de pensar em não te ter mais.

Sei que muitos podem dizer pra eu ter calma, pois ainda não é nosso fim, mas, ficar sem você pode ser um fim bem grande. Não só pode, como está sendo, está sendo um grande fim. Os dias vêm e vão, e eu só queria poder ouvir sua voz todos os dias, sentir seu cheiro no meu, seu gosto em mim.

E sabe, apesar de só terem sido dois dias, e nem foram dois dias inteiros, hoje mesmo nos falamos muito, a distância que existe entre nós tá me matando. Eu tô tentando ser forte, eu juro que eu tô. Tô tentando entender seu espaço, e ser madura o suficiente pra entender que não é o fim do mundo, e que tudo vai passar. Mas eu acho que é como diz o Jão, "gosto de ser imaturo com você". E talvez, essa loucura toda seja esteja me dizendo alto e claro pra eu acreditar nas coisas boas, mas parece que sem você, não há graça nas coisas.

Eu tô tentando segurar sua mão, me diz que tá segurando a minha ainda. Diz que não vai soltar, e que vai ficar tudo bem. Promete que nosso dia vai chegar, e que tudo isso vai de fato ser história pra contar no sofá da sala quando as crianças estiverem maiores. Olha no meus olhos, enxuga minhas lágrimas e promete que por mais que eu mereça toda essa dor agora, que você vai me deixar redimir por todas as dores que eu causei. Diz que me perdoa e que vai me dar uma chance de melhorar, porque eu juro que você é a melhor motivação que eu poderia ter.

E que droga, que droga de saudade que me faz perder o sono, e que me deixa tão ansiosa a ponto de não conseguir respirar. O coração acelera, e parece que tudo vai desmoronar. E eu ainda tô tentando me dizer, me convencer, de que tudo vai ficar bem. Mas agora, todos meus sistemas desativaram e a auto-defesa se instaurou. Eu sinto medo, muito medo. Sinto angústia, sinto aflição. Será que as coisas vão dar certo? Será que vamos conseguir ficar bem?

Eu não sei. De nada sei.

Eu só consigo respirar fundo e dizer; Ah... a droga da saudade.

I wolf you.


Que bom que você voltou.

O primeiro sinal de dor

É bem difícil quando a gente sente algo novo, e o primeiro sinal de dor é aquele que nos põe de frente com a gente mesmo. É um olhar nos próprios olhos, um olhar de fora, uma pausa para reflexão. E hoje foi o primeiro sinal da dor que eu senti ao pensar em te perder. É loucura imaginar que eu senti um medo tão grande, que chorei por toda essa dor. Essa dor prevista. Essa dor que eu antecedi, será que isso também é um padrão? Será que isso é também uma auto defesa? Eu não sei o que é, só sei que dói.

O reconhecimento da situação

Não acabou. De fato não acabou. Então, calma. Está tudo bem. Tudo está bem, e no final das contas, isso vai passar. Vai passar. Eu só preciso respirar fundo, e deixar que as coisas se encaixem novamente. Eu sei, e tenho plena certeza de que assim que nossos lábios se encostarem de novo, vai ser como se a gente estivesse se vendo pela primeira vez.

Eu estou aqui por mim, por você e por nós.

Essa é pra você!

Acho que nunca escrevi um texto de dor pra você né? E talvez esse aqui nem chegue a você, eu só precisava de alguma maneira tirar isso de mim.

30.04.2020 Engraçado como as coisas podem mudar repentinamente de uma forma absurda a ponto de nos sentirmos tão perdidos que nem nos reconhecemos mais. O dia de ontem foi um caos, meu Deus, e como eu estou perdida. Estou com tanto medo, que chega a me dar desespero, angústia. Sinto o amargar da boca quando meus olhos se enchem de lágrima, e de repente meu coração aperta e eu não consigo segurar. Meus olhos doem, ardem, queimam. A quantidade de lágrimas que saíram de mim, e que continuam saindo sem ao menos eu notar é absurdo. 

E toda vez que eu vejo uma fotinho nossa, como essa aqui... Eu consigo lembrar como a gente tava feliz, não é mesmo? Como a gente tinha tudo sob o controle. Ou ao menos achávamos que tínhamos né, meu bem? 

Eu tinha tanta certeza de que chegando aqui tudo ia ficar bem, e que eu não precisaria me preocupar. Que seriam apenas alguns dias, Thai. Que seriam apenas alguns dias em que a gente ficaria longe e que a gente conseguiria manter tudo sob controle. E eu sinto muito, sinto muito por ter perdido o controle. Sinto muito por não ter acreditado que estava tudo bem. Sinto muito por ter deixado minha cabeça tomar conta de tudo e fazer eu ficar pirada. Eu sinto muito. E hoje, eu só to pedindo pra Deus, pra ele cuidar da gente, pra ele me dar forças e dar forças pra você. Pra ele tirar tudo isso de dentro da gente. E cuidar dos nossos coraçõezinhos. 

Por fim, essa é pra você. No dia mais difícil da quarentena. 

I wolf you.


Hello, it's been a while

É engraçado como só voltamos ao nosso espaço de fuga quando notamos que não temos mais pra onde ir... E relendo esses textos, percebia que cada um deles era como um abraço que eu dava em mim, e no final dizia "calma, tudo vai ficar bem". 

Alguns meses se passaram do meu último texto, águas rolaram... E QUANTAS ÁGUAS. O quanto eu cresci, aprendi e me arrependi. E cá estamos nos meio a uma pandemia, isolamento social e caos instaurado na sociedade. Não podemos sair, não podemos nos ver, não podemos sentir, não podemos surtar, não podemos absolutamente nada. O mundo está em caos e agora eu também.

Sinto-me estranha ao olhar para trás e ver que a exato um mês atrás, eu estava dizendo para as pessoas "ah tá tudo bem aqui nessa quarentena". Mas, exatamente porque estava com o meu porto seguro do meu lado. Ali, sendo meu centro de atenções, e era a minha única preocupação. Acordar do seu lado e o que iriamos comer nesse dia. E hoje, fazem 10 dias que estou longe do meu porto seguro. Sei que soa de certo modo bizarro chamar alguém de porto seguro devido a todas as situações as quais já enfrentei. É, eu sei... Entrei nessa de novo. E eu sinto muito. Sinto muito mesmo. Nesse momento agora, me encontro naquela escuridão em que não vejo nada além de dor, e infelizmente, diante a toda as condições pelas quais estou sendo enfiada a força não consigo ver saída. Não consigo sair de casa para me distrair, não consigo olhar nos olhos de outro alguém, não consigo ignorar, não consigo chorar sem me sentir culpada, não consigo me entender. É absurdo como uma epidemia pode nos deixar fora do ar, a ponto de ficarmos tão angustiados que não vemos saída. E eu não estou vendo saída. Mas, sei que logo menos alguma luz irá brilhar. Talvez seja minha menstruação que venha colocando todos os meus hormônios no lugar, ou a terapia de sábado que vai me ajudar talvez a entender o porque de toda essa dor. Eu só sei que agora, nesse momento eu não consigo mais. Eu estou cedendo a esse sentimento. Cedi, desliguei o celular e fechei os olhos. Não quero sentir. Vou me desligar nem que seja por algumas horas para que meu rosto ao menos desinche e eu possa pensar em me alimentar sem enjoos. Que minha cabeça pare de doer e eu consiga entender que NÃO, esse não é o fim do mundo. 


Faz exatamente 20 dias que eu completei 21 anos e talvez só agora que eu tive a revelação de porquê durante os dias próximos do meu aniversário, ou até mesmo o dia em si, eu fico introspectiva, e diversas coisas acontecem...

Alguns acreditam no inferno astral que vêm dias antes do seu novo ano, da sua virada de ciclo, mas talvez seja só a vida te dando a chance de refletir. E esse ano em especial foi cheio de reviravoltas. Exatamente 8 dias antes do meu aniversário eu perdi um serzinho que fez parte da minha vida por 15 anos. Acho que olhando para trás, sinto como uma névoa que faz com que a imagem de Belinha seja eternizada para sempre, e que eu não consiga lembrar da minha vida sem ela. Logo depois, tive de tomar decisões extremamente difíceis e até hoje, dia 20 de Agosto ainda sinto que minha vida está de cabeça para baixo. Eu não sei se isso vai ter um porquê ou uma real justificativa. Eu só sei que está acontecendo, e todo ano acontece. Alguns anos mais, outros menos. Mas em todos eles acontecem. E esses contratempos, digamos assim, são desafios que a vida me impõe para que de algum jeito eu aprenda algo com isso. Ano passado aprendi a ficar sozinha. Passei o dia do meu aniversário pela primeira vez sozinha, no primeiro ano que me mudei para Londrina. E descobri que amigos, são família. Esse ano descobri que estou crescendo, e que é pra valer. Talvez no gelado da noite eu encare que não tem mais pra onde correr. E quando eu ouço o barulho das janelas batendo, eu entenda que não há mais colos para me esquentar, e que eu tenho que acordar e fechar sozinha. Hoje, eu olho ao meu redor, e percebo o quanto eu cresci. O quanto minhas raízes se firmaram no meu solo, e o quanto meus galhos tomaram proporções que eu jamais imaginei que teria. Dei frutos, ricos e saborosos. E consigo purificar o ar de onde estou. Eu sou meu próprio equilíbrio.

Há dias em que me cobro demais, em que exijo perfeição de mim. Mas quando meus joelhos se cansam, eu sei que só eu estive ali pra mim.

Eu ando cansada. Mas sei que esse cansaço é passageiro, sei da capacidade que tenho de correr mais, porquê sei que a corrida ainda não acabou.

It have been a while...

Faz um tempo que eu não apareço aqui... Talvez por que da ultima vez em que vim aqui, eu havia começado a namorar, e estava vivendo uma outra vida. E quanta coisa aconteceu, hein? Juro que não consigo nem descrever a quantidade de coisas que vivi... 

A vida literalmente pareceu me trazer todos os desafios de uma vez, para que eu pudesse me transformar, e ter todas as reflexões de uma só vez. Eu tive de ser forte. Tive de enxergar o futuro, ver paz no presente. Tive de pela primeira vez me colocar em primeiro lugar de verdade, e excluir qualquer possibilidade de dor.

Por dias eu tive de respirar fundo, aguentar a dor, enxugar as lágrimas e contar até três. Por algumas horas eu tive de fechar os olhos e tirar forças de onde eu nunca achei que tiraria. Por alguns segundos eu tive que mudar minha feição, engolir algumas palavras, fingir que não vi, e seguir em frente. 

E isso me mostrou um novo eu. Hoje eu estou me preenchendo de mim. Enchendo todos meus espaços vagos de mim. A minha dor, minha carência, minha chateação e frustração. Estou me enchendo de mim. Parando de me culpar, e lidando com as consequências da vida. Aceitando que não preciso me cobrar o tempo todo, e que está tudo bem errar... Pessoas erram, o tempo todo. 

Aprendi a não mentir pra mim, e não aceitar amores pequenos. Aprendi a ver o melhor que eu tenho.

Então, mais uma vez, eu tenho que agradecer... Obrigada vida, por mais uma chance.

19.08.2019

Acabei de assistir um vídeo em que fala sobre valorizar o individual. E me peguei pensando que realmente eu de fato quero ser melhor que os outros. E eu não quero mais. Não quero mais ser assim. Quero a partir de agora entender e internalizar nas minhas ações que cada experiência é única, e que não importa o que as outras pessoas estão vivendo, eu não devo me comparar, pois nada aqui é uma competição. Eu devo ser grata pelas minhas experiencias e vive-las de seu início a seu fim. Aproveitando todo o processo dessa experiência.

Devo focar esse texto em meu namoro. Comecei a namorar a poucos dias, especificamente 18 dias (contando que hoje é dia 19), e eu vivo comparando meu relacionamento com o dos outros, querendo ser mais amada que os outros, curtir mais que os outros, sofrendo por antecedência e isso não me deixa curtir o agora. O presente. O que eu estou realmente vivendo. Me faz perder momentos bons com meu namorado, me faz esquecer de momentos que foram legais, e que são marcantes, me faz chorar e me desgasta, assim como desgasta o meu namorado. E eu não quero mais. A partir de hoje eu quero viver o agora, o processo, e a minha experiência que é única. Quero não comparar mais minha vida, internalizar de que vivo uma vida boa, que tenho saúde, família, e amigos. Que tenho tudo o que preciso para viver. Que sou uma pessoa privilegiada, e que possuo estruturas e conhecimento suficiente para apenas agradecer. E eu quero agradecer mais. Agradecer por estar aqui, ter um teto e comida para comer. Por ter pai, mãe, avós, tios, tias, primos. Por ter companheiro, por ter faculdade, por ter vida. Quero valorizar o individual, e aproveitar o processo da minha vida. Todos os dias. E mesmo nos dias ruins, quero poder senti-los, e no final nunca deixar de concluir que: tenho mais motivos para agradecer, do que para reclamar.

Sendo assim: obrigada, vida!

Fases.

"Click", remover.

Sonhei com você essa noite. E confesso que não foi legal. Foi um sonho comum, daqueles que nosso subconsciente nos faz reatar as coisas, e que tudo fica bem quando você diz que quer ficar comigo. Um sonho besta, daqueles que faz a gente perceber que ainda parece não ter superado cem por cento tudo o que aconteceu. Eu ainda consigo me lembrar de cada palavra, e ainda fico indignada com cada sensação que você me causou.
Esses dias você apareceu nas minhas conversas do Instagram, e sorte a minha que eu estava rodeada de pessoas, então, só fui e apaguei. Mas o dedo não aguentou, entrei no seu perfil, visualizei seu stories e senti saudade de você. E que saudade mais ridícula, bem tosca, e sem noção. Eu juro que não consigo entender...
E talvez, mas bem talvez, esse sonho tenha aparecido, por que ontem mesmo teu irmão apareceu como sugestão. Diz se a vida as vezes não brinca com a gente?! Parece besteira, mas fiquei brava com o Facebook por ter me indicado tal pessoa para adicionar. 29 amigos em comum, quem diria. Eu nem quis saber, click, "remover". E assim, num piscar de olhos, ele some... Queria que fosse fácil assim, clicar em um botão e você simplesmente sumir. Apagado das memórias, indesejado para ser revisto, classificado como "recusado". Queria que fosse um pouco mais fácil.
Queria que eu não sonhasse em ver teu sorriso, e acordasse aliviada, por que no fim isso é o que eu realmente quero. Queria não pensar que voltar para londrina seria a nossa chance de ficarmos juntos de novo, e que havíamos combinado de nos ver. Queria não lembrar que tuas aulas já voltaram, então que tu deve realmente estar focado em teus estudos. Ou não lembrar de que no bar Brasil era onde você assistia teus jogos com teu pai. Queria simplesmente esquecer das brincadeiras de boca que fazíamos, e de como você me achava linda de óculos. Queria não sorrir, queria não sorrir toda vez que eu lembro auge você falava "que rostinho mais lindo". Queria não me sentir arrependida ao lembrar que aquele dia poderíamos ter ficado mais juntos, e não sentir vergonha de ter gritado seu nome no terminal para te dar um último beijo. Queria não lembrar de você. Mas essa noite, eu sonhei com você. E confesso, que não foi legal.


You are more!!!!!!!!

You are more. You are more than just sex. You are more than a "text you later". You are more.
You are a "I will be here, even that I am playing". You are "I want you to meet my parents". You are more. You are more, so, stop accepting shit lovers. Stop accepting bad treatment. Stop accepting less than you really deserve, because you are more.
You are unique, intensive. You shine. You are a star. You are more. So, stop breaking your boundaries, stop forcing yourself for something that you are not. You are fucking more. And you deserve more.
You don't deserve lies, pain, cheat. You are just more than this.
You are present, hardworking, devout. You are more.
So look at the mirror, and see that you are more, so you deserve more. You deserve a love that fills you, and overflow your feelings. A love that will warm you, and really care about you. A love that will wait for you, and be there for you no matter what. Because, you are more.

So, please, please, listen to me, and just don't let them play with your feelings, or your heart. Keep it safe, because your love is coming.

a.r.m.a.d.i.l.h.a.

E mais uma vez eu cai na minha própria armadilha. Insisti em alimentar uma dúvida que você já havia me sanado.
Você não vai ser meu príncipe encantado, você nunca foi. Você disse com todas as letras que não se importa, e continua dizendo, mostrando, gritando, me empurrando pra longe. E eu continuo insistindo em achar em você a solução pra minha fome. Mas, minha fome é de carinho, e não de você.
Eu sinto muito por mim. Por ainda não ter me enxergado completa, e visto que você não chega nem perto de me satisfazer. Sinto muito por mim que me auto saboto tentando encaixar sentimentos em situações desprendidas. Eu não devia ter entrado nessa. O que eu acho que estou fazendo da vida? Esperando de alguém que não tem nada, me dar algo.
Você mentiu, mentiu e mentiu na minha cara. Mentiu pros meus sentimentos, desmereceu minha dor, e tudo o que eu tenho de mais sagrado. Me usou, fui cobaia da sua fragilidade. E eu me sinto tão estúpida de ainda achar que as migalhas de carinho que tu me deu, poderiam servir de algo.
Você me fez ir contra meus princípios. Me pegou desprevenida, cheia de vulnerabilidades, e eu só não aguento mais. Querer essa boca que cospe na minha cara. Eu não aguento mais.
E hoje, eu dou um basta de você na minha vida.

Do dia que você entrou, a hoje que está saindo.

Daquelas que amam demais...

Talvez seja a droga dos meus hormônios que me fazem ficar assim. Quando eu menos espero, começo a querer chorar com tudo e qualquer coisa que aparece na minha frente. E infelizmente, e acredite que é bem infelizmente você ainda tá por aqui. Ainda tá na minha cabeça, e hoje foi o dia em que exatamente tudo me lembrou de você. E você parece uma nuvem de tristeza que me persegue... E é tão difícil quando eu paro pra pensar e me vem a droga do seu sorriso nos meus pensamentos. E eu me sinto tão tola te tratando como uma história de amor sendo que você foi pura compensação das minhas dores.

Mas sabe, ontem eu aprendi o que é apego, aprendi a reconhecer quando outros como você forem entrar na minha vida. Aprendi a captar teus sinais, não acreditar nas tuas palavras, e mais importante, a não idealizar você. Aprendi também que a gente vive o que a gente tem que viver. Então, se você apareceu por aqui, teve um por quê. Aliás, sem você, eu não estaria aqui aprendendo o que é se apegar, e como é difícil acreditar nas pessoas. Se não fosse você, eu não teria sentido o coração bater ao me lembrar de que eu sou poesia, amor. Se não fosse por você...

Mas não, eu não vou te agradecer. Não. Por que no final, tudo isso acontece por que tem de acontecer, e você não deve nem ter se tocado. Você ainda deve estar pensando em como não consegue abrir a boca pra ser sincero nem consigo mesmo. Ou talvez pensando no quanto você se encantou por mim e se sentiu vulnerável e não conseguiu aguentar essa dor. Por que no final das coisas, você não sabe o que é se importar com alguém. Por isso nunca notou o quanto eu me importava, por que ninguém se importou com você. E por isso eu sinto muito. Sinto muito por você e por mim. Por você, eu sinto por que você não sabe o quão bom é se sentir importante, amado, e realmente se apaixonar por alguém. Você não sabe, mas, eu torço pelo seu melhor, então, espero do fundo do coração que você um dia realmente seja amado por alguém que aqueça seu coração. E sinto muito por mim, que fui cobaia da tua fragilidade. Sinto muito por mim que tive que aparecer em sua vida com todo esse contexto meu de amor, e te assustar quando se encontrou apaixonado por mim. Sinto muito por mim que te fiz mentir para si mesmo, forçando ser algo que nunca conseguiu ser. Eu sinto muito, por nós.

Você sempre soube, e percebo hoje o teu esforço para continuar. Mas acredite, seria melhor ter ido embora antes. Eu não me importaria tanto, sendo bem sincera (lembra?). É sempre assim... As pessoas se esforçam pra ficar. Elas tentam. Mas é difícil quando as pessoas tentam, e no final elas não conseguem. E sabe o que mais me dói? Elas mesmo sabendo que não vão conseguir, elas continuam. E eu infelizmente não consigo dizer obrigada por tentar. Não consigo agradecer, por que no tempo em que elas continuam tentando sabendo que não vão conseguir, eu continuo alimentando meus sentimentos que vão dar certo... Que eu sei que se eu quiser, eu vou conseguir. Por que eu sou daquelas mulheres que amam demais. Eu amaria por você, por mim, e por nós. Eu não ligaria não, meu bem.

In front of my eyes...

You knew, you fucking knew since that day that you told me that had "took an precipitate attitude". You knew. So, why you wait so long to tell me that? Why were you so afraid of just leaving if you wouldn't even care at all? You haven't the right of hurt me. You haven't. But you just did.

I am so stupid. It was in front of my eyes, you've told me... you were showing me. With your fucking bad words, and your fucking bad language, you were fucking saying to me. And I didn't wanted to see. I believed in your words, when you said that you would be sad if thought about me and missing me.  

Do you remember? Do you remember when you said that even with all the mess you did, you just wanted to be my boyfriend. So, why did you do that if you fucking knew your heart? You just knew.
I closed my eyes to you. I didn't wanted to see nothing if it wasn't you and your kindness. But even that you are part of victim, you are the fucking vilian, as much as I do. But the only difference is that I am the only fucking one that is leaving that shit with pain. Pain because I am still missing you, I am still thinking about what you said, and I am feeling, OH MY GOD, SO STUPID. How could I believe in you? After all, it was all in front of my eyes...

Eu sou poesia, amor.

Sou poesia dos pés a cabeça, sou paixão nas pontas nos dedos, sentimentalismo na raiz dos cabelos. Eu sou poesia amor, encantamento no olhar, e nem um pingo de razão. Me perco nas tuas palavras, acredito em conto de fadas, daqueles os quais pensamos que já mais vai existir. Eu sou poesia, amor. Amor, sou poesia. Sou amor da pontinha do dedo até os fios de cabelo, sou eterna apaixonada, romântica de verão, eu.sou.poesia.amor.
Sou os olhos brilhantes, o abraço apertado, o beijo molhado, a saudade ao falar... Eu sou poesia, amor. 
Sou hino, ode, tríade, sou ironia do destino, armação do amor. Eu sou poesia. Sou sentimentalismo puro, sou as lágrimas da dor. Sou dialogo e autoconhecimento.
Mas eu sei, sei eu... que um dia, alguém saberá ler meus versos... Entenderá minha rima, e saberá decifrar a minha métrica...

PORQUE AMOR, POESIA SOU EU. 

Despretensiosamente se foi.

Confesso...

(...) que eu ainda não entendi o que está realmente acontecendo aqui dentro de mim. Talvez eu só esteja chorando por todas as dores que eu venho sentido e não me deixei sentir. Explodi. Não pude segurar a dor e sai dos meus olhos sem eu ao menos notar. As lembranças não me deixam tristes, mas eu só não consigo parar.Meus olhos ardem, meu pulmão dói, minha cabeça parece tão pesada... 

Mas o mais dolorido é o coração. Eu talvez não tenha entendido ainda o que aconteceu, e tudo ainda parece não fazer sentido. Talvez eu tenha simplesmente me acostumado com a tua ausência, mas o sentimento sempre esteve ali, então, eu sempre acreditei que no fim do dia você iria voltar. Mas agora você não volta mais.


Eu deixei todas minhas portas abertas para você, mas você não quis nem ao menos entrar. Você disse que estava ocupado demais pra pensar em visita, sabe como é... Faculdade, problemas, prioridades. Mas ainda assim, nos dias de tédio, você entrava, tirava os sapatos, deixava teu cheiro, e uma peça de roupa, pra dizer que um dia desses ia voltar.

Fazia-me esperar, acreditando que era por mim que ali iria estar. Mas no final das contas, nem isso você soube me falar. Olhou nos meus olhos, tocou minha pele, me fez sentir única, e me deixou sozinha. Deixou as luzes acessas, dizendo que voltaria para apagar. Mas e agora que você foi, como é que eu deixo outro entrar?

Ela é forte, só está cansada.

Cansada.

E talvez não só cansada da mesma situação de sempre, da mesma rotina, dos mesmos dias.
Talvez também cansada da energia ruim, de ser deixada de lado, de não perceberem o quanto você está cansada. Respiração calma, cheia de pausas...
Você se compara, se anula, se sente pra baixo.
Talvez cansada de viver a vida de expectativa nas pessoas, nos outros, talvez cansada de respirar fundo toda vez que nada dá certo...
Cansada.
Hoje eu queria colo. Colo de quem me quer por perto. Queria atenção, chamego, queria um grude, um elogio, um "vem cá pra eu te encher de cheiros", queria arrepiar com beijinhos na testa... Queria mãos dadas. Hoje eu queria sentar e chorar, chorar até soluçar, e que ao terminar, me olhassem nos olhos e dissessem "tá tudo bem". Queria que me segurassem nos braços, e me dissessem que eu posso desabar... Por que eu tenho um lar.
Não, não tá tudo bem. Não, eu não tô bem.
A solidão me enche os olhos, enche os rios que meu corpo é preenchido. Enche os fardos que carrego, cheios de culpa, e de repreensão.
Eu estou cheia. Exausta. Cansada. Querendo ir embora.
E talvez só esteja cansada, cansada de me sentir cansada. 

Despretensioso.

Assim sem eu ao menos notar, você chegou e mudou todas as regras. Mudou as regras do meu jogo, me fez jogar com você. Sem me dar aviso prévio continua comandando o jogo, em que eu estou apenas seguindo as tuas regras.
Esperando o teu tempo, acompanhando teus passos, captando teus sinais, decodificando teus segredos, e reconhecendo tuas técnicas.
E talvez fosse para ser assim, despretensioso, o jeito de você chegar e fazer meu coração acelerar, me trazer tensão, insegurança com o meu próprio eu. Talvez fosse pra ser assim, você me tirar dos eixos, e pela primeira vez me fazer perder o controle da situação
Estou te deixando no controle. Estou te entregando meu tempo, minhas notificações, meus sorrisos mais bobos, meus segredos, e meus pensamentos mais calmos. Estou abrindo mão de tentar fazer sempre do meu jeito e caminhando do teu jeito. 
E talvez você veio exatamente para me mostrar que as coisas podem sim não ser apenas do meu jeito, e mesmo assim darem certo.  Eu estou aqui, vulnerável a você. Você consegue ver? Eu não vou deixar de tentar até você decidir, não vou desistir até você finalmente sentir.
Estou acreditando em tempo, em paciência, em deixar fluir, em respirar fundo e não cobrar. Estou me deixando sentir, estou querendo sentir. Estou te participando, querendo participar, estou caminhando com passos leves, por mais que as vezes eu sinta uma enorme vontade de correr, de gritar pra todo mundo o bem que você me faz. Estou me contendo, guardando o sorriso, e respirando fundo. Estou esperando você me olhar nos olhos, beijar meus lábios, e como você diria, botar fé na gente. 
E isso chega  a me deixar perdida, me sinto tão tola, tão inocente... Sinto como se eu voltasse aos 12 anos novamente, como se fosse meu primeiro amor, e quisesse te ver o tempo todo... Sinto saudades tuas, sinto vontade de você todos os dias... Quero falar com você o todo tempo... Espero por tuas mensagens, e é tão bom gostar de você... Tão bom ter você por perto... Pra compartilhar meu dia, fazer piada sobre prova, futebol, idade, JIA... 
E eu me questiono o tempo todo... Onde você esteve por todo esse tempo? Por que você não chegou mais cedo? Por que demorou tanto pra me encontrar?
Mas agora me diz, promete que não vai me deixar?
Por que eu quero que seja assim... Despretensioso, mas que seja nosso.

Um espaço pros amigos.

Escolhi ceder.

Eu ia começar esse texto dizendo que "há um dia desses" assisti um vídeo, mas foi hoje mesmo, então... Hoje eu assisti um vídeo, de uma das minhas youtubers favoritas, e ela falou sobre uma síndrome que temos de nunca assumirmos a culpa dos nossos erros.

Não que eu esteja incluindo isso a mim - talvez -, mas o fato é que andei percebendo tendências minhas em não reconhecer o erro. Ou então, não admitir estar errada. Ou apenas ceder para não criar discussão. Apesar de saber que isso já faz muita diferença em mim, ainda não faz completo sentido.

Mas hoje, em especial, quero falar de Anna, e na impassibilidade que possuímos de lidarmos com o temperamento uma de outra. Acredito que depois de muito reconhecimento de importância uma na vida da outra, conversas, discussões, e choros, eu passei a entender, que uma de nós teríamos de ceder. Acreditando que haveria pouca possibilidade de ser a parte dela pois a mesma nunca havia sequer mencionado coisa do tipo - e eu confesso que sou a mais estouradinha - acabei entrando em consenso que eu seria a escolhida. E aqui estou eu, em meio a um processo de reflexão e questionamentos interior, em que venho tentando captar até o mínimo da minha essência e detalhes, eu escolhi ceder. Escolhi ceder por que eu mesma já estava cansada de discutir, de impor, de explicar, de bater boca, de chatear, de me chatear... Escolhi ceder, por que escolhi nossa amizade.

Contudo, não é algo fácil pra mim. Talvez eu nunca tenha mencionado nada sobre meu passado aqui, mas eu sempre fui filha única, neta caçula, e até 7 anos atrás, eu era a única neta dos meus avós maternos. Eu sempre tive TUDO, e fiz TUDO o que eu bem quis. Sempre impunha meus desejos, e aí de quem não os realizasse... Já causei discórdia, choro, já tive que passar na terapia pra entender que as pessoas não são obrigadas a aceitar o que eu quero, mas até hoje tenho amigos que ainda me dão esse tipo de "liberdade", fazendo com que sempre sobre um resquício desse lado negro.

Por fim, o que eu queria dizer é: Eu escolhi ceder. Vamos dar ênfase a isso. Escolhi ceder e estou todos os dias respirando mais fundo, respondendo "tá bom" ou "firmeza" para coisas que possam me fazer se irritar. Fingindo demência, e deixando a pessoa falar. Por que simplesmente cansei. Eu conheço meu coração, sei que não faço por maldade, que não uso disso para o mal... Mas infelizmente eu preciso fazer isso.

Sei que com isso, muitas coisas podem se acalmar dentro do meu coração. Aproximar pessoas, amenizar intrigas, mas sempre tem um diazinho que eu não consigo ceder. Mas tudo bem, por que no final das contas, eu ainda escolhi ceder.

Você não previsa cuidar de todo mundo.


Eu sou uma pessoa que possuo aquela famosa característica de "mãezona". Cuido dos meus amigos, os pego no colo, resolvo os problemas, abraço em momentos difíceis, e se deixar, me ponho no lugar deles. Sempre fui assim. E agora não posso mais.
Chegou um momento em minha vida em que quis carregar todos de uma vez só. Alguns se deixaram ficar, por que precisavam de um colo - essa é Vitória, única pessoa a qual eu carrego de todos os jeitos possíveis comigo (não sei o que eu seria sem Vitória) - mas outras, nem ao menos queriam que eu as carregassem. Aceitaram um colo momentâneo, mas não precisam de mim a todo o tempo. E essa pessoa é Ana Clara.
Hoje vamos falar de Ana, Ana Clara. O tipo de pessoa que sabe lidar comigo da pior maneira - ou talvez da melhor - me deixando falar, fazer, achar, do jeito que eu quero. Não bate boca, não se impõe, mas na verdade, ela nem liga. Ana Clara gosta de carinho, se sente grata pela minha presença, me quer por perto. Mas se eu não tiver, tudo bem também, ela se vira. Ana Clara é resolvida. Por vezes quis ser como Ana Clara, admirável. 18 anos e já viveu bem mais que 50.
E eu querendo cuidar de Ana Clara... ah, como sou tola. Como ainda posso achar que Ana Clara precisa de cuidados? Bobagem. Eu devia dar cuidados a quem me quer que cuide, não a Ana Clara.
Ana Clara não liga, ela lida. Ela se resolve, não se importa. Ela ouve, e fala "ah, mas acho que é por isso". E enquanto eu entro em estado de extase por achar que o "isso" é algo enorme, Ana Clara diz "eu já me acostumei". Ana Clara é moça crescida e me mostra que por mais que eu possua essa característica toda, eu não posso cuidar de quem não precisa de mim. E que não posso me vincular a alguém que corta vínculos para o seu próprio bem. Ana Clara se vai logo, e eu não posso fazer nada para mudar, nem ao menos reclamar. Por que acima de qualquer coisa, Ana Clara pensa nela. E como está certa essa mulher... Me ensina a pensar em mim, no meu bem, e a não ser egoísta, aliás, cada um tem a sua vida a seguir.Para concluir... Eu decidi parar de me importar, rever minhas prioridades, preocupações e cuidados. Não há mais tempo a perder, nem chateações a ganhar. Tudo está bem, ela vai se cuidar. 

Uma vez na vida.

A um dia desses, meu melhor amigo estava desabafando comigo sobre os amigos da faculdade dele, e ele me disse que havia contado pra namorada dele sobre, e o comentário que ela fez foi: "aceita, você nunca vai encontrar uma Gabriela". Me senti lisonjeada por que afinal de contas, não é todo dia que me comparam com tamanha unicidade assim. Mas depois de um tempo, parei pra notar que eu que deveria aceitar, que nunca vou encontrar um Pablo.

E hoje vamos falar de Pablo.

Pablo é meu melhor amigo, mais conhecido como meu irmão. Às vezes eu paro em alguns segundos de gratidão e percebo o quão eu sou rodeada de pessoas boas. E no final, eu noto o quando eu possuo as melhores pessoas ao meu lado. Pablo é a pessoa que está a mais tempo comigo, notando meu crescimento, aguentando minhas crises, percebendo meus erros, aguentando meus desabafos, rindo das minhas piadas, e relembrando momentos. Pablo é único.

Pablo é aquele que sente minha dor, que me abraça de longe, que me compreende e tira sarro das piores situações. Pablo é encaixe.

Não direi que Pablo é complemento, por que ele não me completa, ele acrescenta. Pablo é aquele que por mais que fiquemos meses sem nos ver e sem nos falar, sempre que possuímos a oportunidade de nos encontrar, sentimos a mesma conexão ao nos ver. Pablo sabe a importância que possuo na vida dele, e sabe da importância que possui na minha. E sabe que somos os únicos a possuir gênios tão parecidos.

E talvez depois que eu me mudei para Londrina, e com toda a questão de começar de novo, eu teria tentado encontra um Pablo novo pra mim, mas eu parei pra perceber, que como o Pablo é pra mim, é só uma vez na vida. É coisa rara de se ver, de se encontrar, de aparecer. Com tamanha conexão, fidelidade, carinho e respeito. Pablo é o tipo de pessoa o qual eu posso tirar sarro de qualquer situação, e que posso levar para qualquer lugar, por que topa tudo comigo. Pablo é aquele amigo que quero que seja o primeiro a segurar meus filhos no colo.

Pablo é expansão. Obrigada por ser a minha raridade na vida.

Complemento.


Hoje vamos falar de Vitória.

Vitória talvez seja uma das primeiras pessoas as quais eu realmente me apaixonei de alma. Possuímos nossas almas coladas. Nos sentimos a distância, nos percebemos com cheiros, nos entendemos com olhares.
Vitória é a única pessoa que mexe com meus sentimentos de maneira que não consigo simplesmente deixar pra lá - dependência emocional.
Sim, eu dependo de Vitória, pois Vitória é a única que conhece completamente meu ser, meus olhares, minhas respiradas mais fundas, meu choro calado, minhas reclamações, minha dor. Vitória sem eu ao menos notar, se adentrou dentro de mim e descobriu cada feridinha que havia sido curada, e aquelas que mais ou menos...
Vitória sabe mexer comigo, sabe as palavras que tem que usar, sabe do poder que tem sobre mim. Sabe que é a única pessoal que eu realmente já me entreguei completamente.
Vitória é complemento. É como a parte que faltava, o ensinamento final, a conclusão de curso... Vitória é tudo.
Talvez alguém que leia isso um dia fale: "mas nossa, essa menina é louca de falar assim de uma amizade". Louca seria eu se não valorizasse Vitória, se não pedisse desculpas toda vez que eu fosse grossa sem querer e Vitória sem me interromper dizia "não vou falar nada, você tá sendo grossa, mas eu tô aqui". Se não fosse atrás de Vitória quando explode do nada, e quando fala umas merdas também sem querer. Louca seria eu de não ter Vitória pra mim.
Hoje eu entendo bem o significado de amizade. Acima de tudo, com todos os quilômetros possíveis, teu coração bate pelo meu, e o meu pelo teu.
Vitória é a parte que falta.


Com amor, da tua Gabs.

Voltamos a programação normal.

ir embora...

Os dias vão passando, e passando... E de repente chega o famigerado dia de ir embora. E ir embora, sempre dói.

Me lembro de quando eu era pequena, e ia para casa de meus primos, amigos, e ficava brincando a tarde inteira, mas num estalo do final da tarde, o som da buzina soava e um "hora de ir embora" entrava pelos fundos, e o coração chegava a acelerar. Ir embora sempre foi difícil, e não é agora que vai deixar de ser...

Hoje, com 20 anos, fazendo faculdade, morando sozinha, como o sonho de qualquer um, eu ainda sinto o coração doer quando tenho que ir embora da casa da minha mãe.

Ir embora dói.

Eu sei que eu vou voltar, eu sei que eu tenho sorte, eu sei dos meus privilégios. Mas ir embora, sempre vai doer.

O arrumar as malas, o momento de dar tchau, o entrar no ônibus, o respirar fundo, dormir, e acordar em outro estado, sempre vai ser difícil.

Mesmo que no final das contas, tudo volte ao normal. Eu sempre estarei pensando, em quando eu poderei estar aqui de novo.

Ir embora, sempre dói.

Um "eu te avisei" da vida

E de repente a vida parece querer te mostrar de todas as formas que o que você está fazendo não está certo. Ou que simplesmente não é o momento certo. As coisas conspiram a favor de não dar certo. Tudo parece não se encaixar, quando você finalmente olha e diz "é, não era pra ser". Mas você sempre soube que não era pra ser. Isso começou do jeito errado, lembra? Primeiro que você nem precisava disso. E você sabia. E lembra bem como isso te gerou estresse desnecessário? Isso era só a vida te dizendo que você estava entrando no caminho errado. Mas talvez você devesse passar por isso mesmo pra acordar que teu lugar é outro. Qualquer um, menos ali. E entender que teu momento vai chegar. Mas ainda não é esse. E ter paciência pra esperar chegar... 

Chapter one

You see a boat. And you choose to get into it.

You just try to float, and breathe at the same time.

But your lung is stopping, is getting weak

You just push your body into the water and you are sinking

Can you get out?

Can you see the light?

Can you feel your heart getting faster?

Can you still feel your body?

Can yo...?

Can y...?

Ca...?

Desabafo;

Decidi parar de me entregar pra minha fantasia, e viver o real.
Decidi olhar pra mim, me entender, me reconhecer e me querer mais.
Decidi parar de falar, falar, e falar, e não fazer.
Decidi me ouvir.

A vida é uma sucessão de processos de autoconhecimento e reconhecimento. A cada momento que vivemos, passamos por situações que nos trazem felicidade, ou tristeza, e em todos eles, tiramos lições. Essas lições são os processos.
Eu estou passando por um processo, e queria falar sobre ele...
Processo de autoconhecimento em relação a expectativas.
Eu sou uma pessoa ansiosa, intensa... E essas características não são ruins, mas elas podem ser.
Uma das coisas que eu sempre sofri foi a espera no outro de algo que eu mesma preciso me dar: atenção. Eu sempre fui uma pessoa dona de si, que me bastava, mas fui perceber somente agora que tudo isso era da boca pra fora. Que de fato alguns momentos eu demonstro ser dona de mim, mas quando eu realmente precisava, eu me deixava na mão. Não me reconhecia como auto suficiente de satisfazer minhas próprias necessidades. E eu posso. Descobri cobrando de um outro alguém, que cada um possui uma vida diferente, prioridades diferentes, e que tudo bem também. E que quando aquela pessoa que eu estou apaixonada, ou quero estar por perto não puder estar ali, que ainda assim está tudo bem, e que eu me basto nesses momentos. Que eu posso me curtir sozinha. E que quando aquela pessoa puder, estaríamos ali, um pelo o outro. Sem cobranças, sem expectativas. E falando em expectativas, descobri em mim a falha que cometia de viver o amanhã, pensando no mês que vem. Sim, literalmente, vivia o amanhã, não o hoje. E pensando no mês que vem, não no amanhã. Por eu ser uma pessoa ansiosa, eu nunca soube viver plenamente o dia de hoje, sempre busquei perfeição pro dia de amanhã e assim eu percebi o quão frustrada eu venho sendo. A vida é agora mulher, não adianta correr... O dia é hoje, e você nunca vai saber o que vai acontecer amanhã.
Esse processo vai me trazer paz, por que eu finalmente consigo enxergar a paz nas minhas palavras e nessa decisão. Consigo enxergar tranquilidade em esperar que a vida me mostre o que ela tem para me mostrar hoje, sem pensar no amanhã. Hoje, eu consigo ter a tranquilidade em dizer que eu decidi não esperar, não criar expectativas, não planejar demais. E olhar pra mim, como completa, como sendo meu próprio plano A, B e C. Hoje eu me olho como autossuficiente, única, dona de mim. Em que não importa quem não quiser, eu sei que eu me quero

Você lembra?

Ei você
É você mesmo, você que se apaixonou por alguém que não te valorizou...
Sim, você mesmo.
Talvez você ainda não consiga reconhecer isso, ou talvez ache que foi tudo culpa sua, mas ei...
Olha bem pra mim, essa é uma mensagem pra você.
Lembra quando você começou a sentir um frio na barriga e disse que "não, eu não vou perder o controle", e quando viu já tinha perdido?
Lembra quando você fechou seus olhos por um alguém, fechou teu coração e se reconstruiu?
É... Eu sei bem. E você lembra também quando acabou? Quando não importa como foi, por mensagem, ou olhando nos teus olhos, o outro alguém disse que não queria mais?
Lembra como doeu? Como você achou que não ia conseguir ficar mais bem?
Lembra o quanto você chorou? E quantas músicas você estragou porque ouviu nesse momento e agora não consegue mais ouvir?
Lembra quando você não sentia mais fome? Ou quando achou que ninguém mais ia te querer?
Lembra quando você ia dormir, e pensava em tudo o que tinha acontecido, cada palavra, cada momento e seu peito ardia como se estivesse arrancando algo de você?
Isso tudo foi a sua reconstrução. E se você chegou agora, onde está, onde consegue se olhar, e ver que você só precisa de você e de mais ninguém, e consegue ver que tudo o que você passou foi necessário pra você chegar onde está. Parabéns.
Parabéns por acreditar em você, parabéns por te dar uma nova chance e por ver o quão merecedor você é. Parabéns por ver a tua beleza, e o quão foi desvalorizada. Parabéns, parabéns por ser forte, e por passar por todas as fases dessa agonia. E parabéns por acreditar que ia passar.
E agora, acredite que isso um dia vai acontecer de novo, mas agora você vai saber. Vai saber como é amar alguém e não ser amado. Mas vai saber também ir embora, e deixar essa pessoa ir. Vai saber desligar todos os fios que estavam ligados entre vocês e vai saber como entender o que está acontecendo.
Você vai conhecer os teus limites e vai criar tuas barreiras, aquelas que vão te deixar um pouco mais frio, mas nada que um amor de verdade não saiba aquecer.
Acredite, teu amor está por vir. E quando chegar, você vai sentir. E não vai ser um simples frio na barriga, vai ser um gelo. Vão ser milhões de borboletas, e vai ser um arrepio que só.
Você vai se sentir inteiro de novo...
Mas lembre-se sempre, que pra tudo isso acontecer, você precisava ter passado por tudo que passou lá trás.
Teu passado constrói tua história, tua vida, teus amores...

01.08.2018

Aniversário.

Já parou pra pensar no que o aniversário significa?
É o único dia do ano em que celebramos as nossas vindas ao mundo. Existe algo mais mágico do que isso?
Eu sei que talvez pensem "ah, mas um ano a mais, um ano a menos". Mas não... A vida está no dando a oportunidade de continuar aqui mais uma vez. De continuar por mais um ano. É uma nova chance de "tente novamente". É uma nova fase para aprender, crescer...
Aniversário é celebrar os detalhes. Aproveite seu aniversário. É o teu dia.
E hoje... É o meu.

Eu vou me arrepender?

E talvez seja todas as boas lembranças que a gente teve que não me deixam te esquecer...
Eu não esqueço dos detalhes do seu olhar, e das nossas falas...
Do quanto a gente se beijou e como foi bom ficar com você. O coração chega a acelerar e eu só penso em você...
Só quero você.
Quando que isso vai finalmente se satisfazer?
E você ainda me chama atenção, e eu ainda reparo em você, eu ainda reparo no seu cabelo e hoje eu até percebi que algo em você mudou
Deixa eu te dizer que você tá diferente, que você tá tão bonito
Que você fica lindo com essa cor de calça, e com esse jeito largado de combinar as cores
Deixa eu te dizer que eu gosto do seu cabelo bagunçado e que gosto do jeito que de longe eu te olho e você fica quieto, e que... Eu não deveria sentir nada disso, nada disso.
Deixa eu te dizer, que sinto falta de você, e que esse charme que eu fiz, era pra te dizer, que você tem todo o poder de me machucar, e que com teus feitos, os efeitos são em mim e eu não quero continuar assim.
Deixa eu te olhar, e reparar nas suas pintinhas e no teu respirar. E reparar mesmo longe eu te vejo no meu olhar.
Mas me diz, que mesmo depois de tudo porque eu não consigo te odiar? E toda essa mascara que eu tô criando, onde que eu vou parar? Não da mesmo pra acreditar...
E o pior de tudo é que sei. Sei o que eu mereço e de tudo que passei. Sei quem é você e o que você ja fez. Eu sei.
Mas algo dentro de mim ainda acende quando você passa por perto, que eu não paro de falar, que eu não consigo nem pensar, em outra coisa a não ser... Como você tá, e esse teu jeito todo de me olhar...
E porque que eu tô assim, se por fora de mim, é tudo farsa e invenção? Se na verdade eu não senti, não sinto raiva e não quero me afastar
Eu quero mesmo ir te cumprimentar, te abraçar e conversar...
Quero saber, da tua vida e de você, saber teus sonhos e tuas bagunças
Quero te conhecer, mas me diz, se eu conhecer mais de você, eu vou me arrepender?


A mulher que eu fui ali.

As vezes paro e percebo que estou pensando em você.
Pensando na bagunça que você fez na minha vida sem saber.
E também sem saber, me fez sentir, e me reconhecer.
Me pego pensando naquele nosso carinho de dedo, no seu olhar acanhado.
No seu sorriso de lado,
Aquele jeitinho seu de olhar pra mim e desviar o olhar,
Lembra como a gente tava tentando evitar,
De mostrar que se queria, mas não podíamos falar.


Me pego pensando em como eu me senti íntima de você,
Quando coloquei minha perna na sua,
E ao nossas pernas se encontrarem, e com escorregar da minha saia, tua mão tocou minha coxa,
Fazendo meu corpo arrepiar.


E quando eu achava buracos na tua roupa pra encostar em você, pra tocar seu corpo, e me sentir
Pra te sentir. 

E penso como eu queria me entregar naquele momento, como eu queria por pelo menos um momento sua,
Quando tua barba roçava meu pescoço e eu só pensava em tirar minha roupa e me fazer... Sua.
E quando você me dava beijos, aqueles beijinhos alternados, sorrindo sem parar,
E me fazia rir, me fazia vagar por aquele momento bom que eu tava vivendo.
Quando meu batom ficava nos teus lábios, e te deixava constrangido, mas mesmo assim, não parávamos de nos beijar.
E quando teu cheiro ficou na minha roupa, e me fez lembrar.
Ou quando demos nosso último beijo e eu sabia que aquilo ali ia acabar.

E acabou, mas eu trouxe você num pedacinho de mim;
Trouxe você, numa amostra da mulher que vem crescendo aqui.

Da mulher, que fui ali.

Ah, mas que saudade dessa calmaria... Do fechar dos olhos e do barulho do mar. Saudade da paz interior que me fazia estar. Do sentar na areia e apenas viajar. Saudade da rotina leve, do não pensar. Do acordar, se espreguiçar, e agradecer a Deus por lá estar. 

Vamos falar de vazio...

Não. Não porque eu esteja me sentindo vazia, ou coisa do tipo. Mas, para dizer como todos nós somos vazios, e como eu venho preenchendo o MEU vazio.
Algumas pessoas namoram, outras gastam dinheiro, outras insistem em postar fotos extremamente felizes, e outras riem. Eu sou das que riem. Aquela que ri de tudo. Do carro que passa na rua, ou quando sua amiga fala uma palavra errada. Aquela que ri quando chega em casa e tá tudo sujo, ou quando sente saudades da família. Só rio.

Eu venho preenchendo meu vazio com risadas. Risadas daqui, risadas de lá. 

E elas vem me fazendo ficar cada vez mais grata pelas pequenas coisas da vida. E que apesar do vazio constante que sentimos, eu queria dizer para vocês preencherem seus vazios de coisas reais. Vivam seus momentos, sorriam mais, e aproveitem o que a vida dá a vocês. Nem que seja uma conta para pagar, um chuveiro queimado, ou um café sem açúcar. Ou até mesmo uma vaga na faculdade dos teus sonhos, ou um emprego, ou grandes amigos,

Aproveite, seja grato, e viva. E viva também o seu vazio, ele faz parte de você. É ele que te faz ser quem tu és. Tenha seu momento de introspecção, reflita, se reconheça, e se preencha. Do jeitinho que você quiser. 

i.n.t.e.n.s.i.d.a.d.e

Um dia desses eu andei pensando em como eu sou intensa, intensa de viver, de decidir, de sentir. E talvez nem eu saiba o que é ser intensa... Eu só seja.
É quando as palavras parecem saltar de uma imensidão de desejos para descrever um só dia. E quando o coração palpita quando a pessoa te fala um elogio no meio da tarde. Ou quando seu estômago embrulha só de pensar em algo ruim. Ser intensa é viver cada segundo como se fosse o último. É entregar tudo de si, por si. É pagar pra ver, no literal sentido da palavra. Literalmente, se vendendo. Se doando. Se entregando.
Intensidade, do dicionário: "qualidade do que é intenso; intensidade é uma característica atribuída a algo ou alguém que se apresenta em grandes proporções."
Grandes proporções. É amar demais, sentir demais, entregar demais.
É difícil ser alguém tão intenso em um mundo em que tudo é tão rápido, fácil e vazio. A tecnologia nos proporciona mudar de casa, pedir comidas, mudar nossos bens materiais sem ao menos precisar sair de casa, tudo em apenas um clique, rápido e fácil. Rápido. Fácil. 
Eu estou cansada de relações líquidas, rápidas, fáceis. Eu quero sentir a dificuldade da conquista, quero detalhes, quero aconchego, quero ir passo por passo do jeito que tem que ser. E poder ser intensa por inteiro. Me entregar e não para me completar, mas para me transbordar.

Colecionador de essências


Era uma tarde de terça feira, daquelas acinzentadas em que o vento puxa para chuviscos. Lembro-me de sentir leves dores de cabeça e decidir ficar em casa por não possuir nada a resolver. E naquele meio tempo de decisão, em que me acomodei de forma confortável e consegui respirar, mas uma ligação me tirou o ar. Aquele era o dia o qual eu havia me convencido que nunca iria chegar. Eu queria que fosse assim.
Ainda lembro o cheiro das arvores e o ar gelado zunindo pela janela quando disse "alô?". Eu não tinha o que esperar, eu não imaginava o que estava por vir, poderia apenas ser uma ligação de saudade, ou alguma notícia qualquer. Mas confesso também que eu nunca dei valor suficiente para o que acontecera, então, sempre deixando pra lá, não querendo falar, sem entender, foi se apagando. Talvez, eu não quisesse entender. Mas foi assim, numa simples ligação que de maneira ostensiva eu tive que enfrentar. Meu subconsciente insistia em perfurar meu coração mais uma vez. Coração. Se somente este fosse o atingido, talvez eu tivesse uma mente tranquila agora. Talvez eu tivesse uma vida normal. Mas não, a minha dignidade tinha sido ferida, sentia o odor exalar novamente, e a dor que me acompanhava feito uma sombra.
"Você foi só a primeira. A última tinha dez anos." O que? O que aconteceu? Quando? E... Por quê? A dor que eu senti naquele momento ultrapassava a verdadeira noção dos meus conhecimentos. Era uma mistura de repulsa, raiva, angústia, frustração, e eu não sabia como reagir, o que pensar ou o que fazer. Lembro-me só que corri, corri até algum lugar que eu pudesse me sentir segura e que ali eu pudesse tentar entender.
Entender o quanto eu escondi, por que não queria enfrentar... Por que sabia da dor que iria sentir. Escondi, por que julgava saber, e ter superado, por que não era nada demais. E ali, tive que tirar de mim, da pior maneira que você poderia fazer me arrancando as eiras e beiras, e tirando tudo o que eu tinha construído em cima do que você havia destruído. Ali, eu tive que me refazer e me reconstruir...
Lembro-me de todas as sessões de terapia que eu já tive de passar, e como eu desviava desse assunto como se pudesse deixar pra lá. Como eu me auto sabotava quando dizia que aquilo havia sido apenas uma fase da minha vida, e nada pudesse me parar. Mas eu estava errada, e ainda bem que eu estava errada. Por que havia tanta coisa pra solucionar.
A vida me deu a oportunidade de retomar a essência que você me tirou. Que arrancou, sem dó, nem piedade, e cuspiu como se fosse um nada. A essência, de menina moça, de apenas treze anos, tímida, insegura, boba e ingênua, que não sabia o que viria. A vida me deu a oportunidade fazer pelas outras, o que não fizeram por mim. De falar, de expor, de mostrar, o monstro que você é. Destrinchar suas artimanhas, e desvendar os teus segredos. A oportunidade de olhar para o que você fez comigo e encarar sim com um problema, e uma nova forma de supera-lo.
Você não tinha esse direito. Você não tem esse direito. E um dia, você irá pagar. Eu sei que vai.
Por mim, e por todas nós, as suas essências colecionadas.

A primeira vez...

E de repente você começa a ser foco para os meus olhos, onde nada mais parece focar pra mim,

Eu não sei onde foi que eu me perdi assim, se foi nesse teu sorriso encantador, ou nos teus lábios macios... Ou até mesmo nesses olhos, que me comiam nos corredores... E quando foi que eu achei que isso ia mesmo dar certo? Mas olha só, aconteceu

Você despertou em mim uma coisa que eu jamais pensei sentir

Era como se fosse um fogo que não cessa, uma ardência que não dó.

Não era amor, não é amor. É diferente, é novo, é intenso

Eu só sinto meu corpo revirar quando eu vejo você e quando seu olhar cruza com o meu, quando seu cabelo bagunçado me chama a atenção e eu não paro de comentar

Ou o detalhe do seu tenis sem amarrar com a calça larga, pra variar

Deve ser a sua pele, e a maciez dela que me fazem arrepiar

O jeitinho que seu rosto fica vermelho se você ri sem parar,

Ou como seus olhos fecham se você sorri sem pensar,

E talvez fosse mesmo pra acontecer, pra eu me envolver, pra eu querer, e não chegar nem ao ponto de me satisfazer, porquê não era pra ser... Meu.

Mas eu ainda posso dizer que te tive pra mim, naquele momento em que meu corpo tocou no seu e que eu sabia que nada mais ia me tirar dali, e eu não senti medo, eu não senti vontade de fugir, eu só queria me agarrar a você e viver cada segundinho como se fossem os últimos...

E foi quando eu senti teu gosto, e senti o vibrar da tua pele, senti seu corpo dentro do meu que eu soube que eu estava preparada pra vida. A vida que me espera e que eu tanto a deixei esperar...

O calor do seus braços quando abraçava meu corpo, e o seu sorriso no meio dos meus cabelos, e o teu olhar... Ah, aquele olhar...

Como descrever o olhar que me fez sentir mulher? Me fez sentir poderosa e que me deixou tomar todo esse poder...

Que cuidou de mim, e falou baixinho pra eu escutar, que me fez gritar e arranhar seu corpo pra sentir coisas que só você poderia proporcionar. Porque naquele momento, eu fui sua. E eu não pensei em mais ninguém, em mais nada, e só como eu queria fazer aquele momento durar... Pra sempre...

Eu te senti ali, e senti sua presença em mim, em nós. A cada mordida de lábios que você dava, ou sorriso quando me via, a cada respiração lenta quando nossos corpos paravam no êxtase do cansaço, a cada abraço apertado para segurar a dor, e a cada suspiro que fazia nossos corpos arrepiarem.

Foi você e eu escolhi você. E não me arrependo, eu senti teu gosto, conheci teu corpo e abri as portas para você conheceu o meu. E me tateando, você descobriu os meus detalhes, meus efeitos. E assim, buscando num caminho sem fim, eu vi que mesmo te tateando, não encontraria o fim do nosso caminho. Do nosso amor.

Mas foi e talvez era pra ser assim. Foi escrito, não dá pra evitar. Mas eu ainda sinto seu gosto em mim, lembro da tua voz, e não tem como evitar, só de pensar o riso já me vem ao rosto.

Não diria que foi perfeito, mas foi do jeito que eu quis. E eu gostei, com os seus detalhes, com o seu toque, com o seu jeito. Eu queria. E foi. E pela primeira vez, você me ajudou a me sentir dona de mim, e de todas as decisões que eu tomo sobre mim...

E talvez tudo isso passe, e eu nem me lembre mais, mas de uma coisa eu tenho certeza, que eu vou sempre lembrar da sensação que eu tive ao estar com você...

Eu queria te agradecer imensamente por ter desabrochado essa rosa, essa rosa que tanto estava precisando ser aberta.

E agradecer por isso que a gente teve. 

Pelo cheiro, pelo toque, e até pela dor.

Mas como tudo o que é bom dura pouco, aqui se inicia mais um ponto final. Mais um termino de um começo. Mas uma fase completa do jogo da vida.

© 2018 Martin Davis. 12 Pike St, New York, NY 10002
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